Conheça um autor: Frei Edrian Josué Pasini

Organizador da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus e autor dos livros Dia a dia com Deus e Orações do Cristão Católico.

Frei Edrian Josué Pasini é frade menor franciscano, natural de Água Doce, SC.

Em sua formação acadêmica passou por cursos de Filosofia (Campo Largo, PR) e Teologia (Petrópolis, RJ) nos institutos de ensino da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil; cursos livres em técnicas de artes pelas Faculdades Armando Álvares Penteado (São Paulo, SP); fez bacharelado em Marketing pela Universidade Católica de Petrópolis (RJ).

Editor de produtos sazonais da Editora Vozes, coordena o departamento que tem como principais obras a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, o Almanaque Santo Antônio, o Encontro diário com Deus e o Meditações para o dia a dia.

Organizou publicações pela Vozes de livros de orações como O Santo Rosário, Via-Sacra e Orando com alegria; livro de culinária Mesa e sobremesa – receitas e dicas culinárias; livro de mensagens Dia a dia com Deus; livro de orações tradicionais Orações do cristão católico.

Em uma conversa descontraída, Frei Edrian falou sobre a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, uma das publicações mais importantes da Editora Vozes, nos contou algumas curiosidades sobre ela e também como ele se sente em ser o organizador de uma publicação tão querida e duradoura.

Há quanto tempo o senhor é o organizador da Folhinha?

Sou organizador da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus desde 1994. Naquele ano comecei a produzir a edição do ano de 1996.

Quantas pessoas, no total, escrevem para a publicação?

Esse número varia um pouco a cada ano. Para 2022, foram 33 autores que escreveram textos específicos, seja dentro de uma pauta de assuntos e temas encomendados, seja sobre temas com maior liberdade autoral. Mas também temos a contribuição de leitores que participam enviando suas colaborações para a redação da Folhinha.

Qual o sentimento de ser responsável por uma publicação tão querida e duradoura?

Cresci com a Folhinha dentro de casa, na minha família. Tínhamos ela fixada na parede da cozinha. A imagem do Sagrado Coração de Jesus pertencia à nossa casa, acompanhando com seu terno olhar o dia a dia de nossa família. Lembro de que, quando eu era criança, minha mãe destacava as pagelas, e eu lia as mensagens, os pensamentos e as piadas. Às vezes, ela deixava que destacássemos. Achava muito interessante. Junto aos meus irmãos, lia alto e nos entretínhamos com seus temas. Jamais me havia imaginado compilando textos para outros lerem em suas casas. Ao assumir essa função, fiquei bastante honrado e, ao mesmo tempo, me vi diante de um trabalho minucioso que requer uma grande responsabilidade, tendo em vista a diversidade de leitores que acompanham diária e anualmente esse rico calendário.

Conte-nos uma curiosidade sobre a Folhinha que ninguém sabe…

A Folhinha é feita mediante uma numeração própria que fica na parte superior das pagelas, de modo que ela fique invisível aos leitores. É essa numeração que, mais tarde, depois de que todo o texto de redação for posto na Folhinha, guiará a diagramação e também seu posterior uso na impressão. Depois de impressa em seis grandes folhas – frente e verso –, é feita a coleta manual dessas folhas, juntando-as na sequência correta para formar o bloco. Isso é um trabalho feito quase artesanalmente, em que as folhas são postas numa máquina, sendo ali cortadas e separadas em pagelas para, assim, compor os blocos do calendário. Depois disso, os blocos são finalmente grampeados e estarão prontos para serem comercializados junto com a estampa da imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Qual foi o momento mais marcante nesses anos todos produzindo a Folhinha?

A Folhinha traz impressos os números dos dias de domingo em vermelho, porém, em 1999, por decisão da editora, foram impressos em tinta preta. Naquele ano, um padre xaveriano, que trabalhava com os indígenas Kayapó, em São Félix do Xingu, no Pará, escreveu para nós. Ele utilizava a Folhinha em sua missão, e reclamou da ausência da cor. É que, naquela língua, os domingos eram identificados pela cor vermelha da Folhinha. Os índios Kayapó chamam o domingo de “pi ôk kamrêk”, que significa “papel vermelho”. Assim, na edição de 2000, a Folhinha retornou com os domingos e feriados impressos na cor vermelha. Isso mostra o seu alcance e o quanto se tornou referência aos nossos leitores.