Sobre o livre-arbítrio, de Santo Agostinho
A obra “Sobre o livre-arbítrio” de Santo Agostinho é escrita entre os anos 388-395. Como o texto foi produzido em vários momentos de sua vida é possível perceber como o texto demonstra a influência do cristianismo em sua vida. No livro I mostra um filosofo racionalista e com poucas referências a Jesus Cristo, no livro II já é possível perceber a mudança em seus escritos e com a influência do neoplatonismo, e no livro III uma mudança radical já provavelmente pela influência do cargo de bispo que exercia na cidade de Hipona.
No livro I, “O pecado provém do livre-arbítrio”, Agostinho vai dialogar com Evódio, amigo de Agostinho, e a grande questão colocada por Evódio, que vai perpassar todo o livro I é, não seria Deus o autor do mal? Para explicar esta questão Agostinho vai afirmar que existem dois tipos de maldade, o mal que nós sofremos e o mal que nós praticamos, quando dizemos que alguém fez o mal ou quando sofreu algum mal, o mal que é feito, nasce de dentro de nós e nós somos responsáveis, já quando alguém sofre algum mal, Deus permite que isso aconteça porque é Deus que rege todo o universo, e permite que isso aconteça na vida de alguém. O mal que Santo Agostinho vai criticar é o mal produzido pelo homem porque se afasta de Deus.
No livro II, “De Deus vem o livre-arbítrio”, Agostinho vai defender a ideia de que o livre-arbítrio é um bem em si mesmo e não um mal, e grande questão colocada por ele é, por que Deus nos deu a liberdade, pela qual se peca? Com essa questão Agostinho que mostrar que Deus dá a liberdade para ser humano escolher as suas decisões, e que fazer com que o ser humano seja um fantoche nas mãos de Deus, para que nossas boas ações sejam premiadas e as mas ações sejam punidas por Deus.
No livro III, “O livre-arbítrio vem de Deus como um bem ao ser humano”, Agostinho é presbítero, estuda a Bíblia, e precisa defender a fé cristã. Para explicar o mau uso do livre arbítrio, Agostinho vai fazer um caminho de retorno e vai chegar a conclusão que o homem começou a se afastar de Deus através do pecado original de Adão e Eva, e agora para retornar mais próximo de Deus ele não consegue sozinho, vai precisar da graça divina. Neste livro Agostinho trata de questões ligadas ao mau uso do livre arbítrio.
O livre-arbítrio é um tema discutido em todos os tempo e épocas, porque é através dele que o ser humano se vê livre para pensar e agir, e esta bela obra de Agostinho nos indica pistas de reflexão sobre o livre-arbítrio na sociedade pós-moderna, onde o ser humano deve ser responsabilizado pelas suas escolhas.
Jailson Scota, licenciatura em filosofia pela FAE – Centro Universitário e colaborador da Editora Vozes.
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Comentários
ROBERTO FAUST
Há mais de dez anos, estou escrevendo - desenvolvendo = sobre este tema! E nesta faina, foi se construíndo - na minha mente - um outro momento em que a humanidade teve uma oportunidade explendida, para mudar a rota equivocada em que enveredou, desde os seus primordios e do qual nunca se dera conta.
ROBERTO FAUST
Há mais de dez anos, estou escrevendo - desenvolvendo = sobre este tema!
ROBERTO FAUST
O livre arbítrio, tal como considerado por seu criador, na medida de à quem era destinado - os humanos - e estes, então já contemplados com a capacidade de raciocinar, simplesmente tornava desnecessário qualquer ressalva ou mesmo recomendações e incorporava também a idéia de - muito menos... de limitaçõe . Simples assim! -Um ser humano, pela racionalidade, jamais faria escolhas,ou tomatria decisões, nem minimamente, erradas. Humanos, jamais fariam qualquer coisa que, mesmo, minimamente, prejudicasse outro ser humano. Com isto, teriamos o humanismo, em toda a sua dimensão. Pela racionalidade dada - racionalmente nada aconteceria de qualquer outra maneira.
josé carlos ponte alta
valeu pela força na investigação filosofica. UFSJ-MG