Sob a luz sagrada de Deus

Por: Leonardo Henrique Agostinho, MSC

Sob a luz sagrada de Deus
Sob a luz sagrada de Deus

Sob a luz sagrada de Deus é um livro de Joan Chittister, monja beneditina, autora de diversos livros e conferencista. Neste livro ela apresenta a sabedoria dos padres e mães do deserto, fazendo-nos olhar nossa realidade, nosso tempo e nossa cultura à luz dos ensinamentos destes homens e mulheres “que foram para o deserto não para escapar dos pecados do mundo, mas para enfrentar os seus próprios” (p. 62). Numa linguagem simples e acessível apresenta aos leitores a vida, a fé e as práticas de oração destes sábios do século III e IV.

Em primeiro lugar, a obra, através dos vários textos, busca elucidar e desmistificar o conceito de santidade, que é o que se procura com a vida de oração. Assim, a autora apresenta o pensamento dos Padres do Deserto, mostrando que eram homens que buscavam a Deus acima de tudo, mas que sabiam recolhê-lo no próximo e nas situações do cotidiano. Suas histórias nos faz “repensar as nossas ideias sobre a vida espiritual e enxergar de uma forma diferente, renovada” (p. 19).

Com leveza, a monja beneditina, leva o leitor a compreender que a religião e a prática religiosa somente não constitui nem significa vida espiritual, lembrando que às vezes pode ser apenas uma máscara ou espécie de mímica. Segundo a autora, de acordo com os ensinamentos dos Padres do Deserto, a espiritualidade desabrocha em compromisso e responsabilidade, não se fecha em si mesmo, mas se abre aos outros, independente de sua condição.

Esses homens e mulheres podem iluminar nossa vida constituindo um exemplo em nossa vida e relações. Eles foram para o deserto, contudo, como ensina Chittister, o “Deserto é mais uma qualidade da alma e estilo de vida do que um mero fato geográfico” (p. 32). Deste modo, a autora adverte contra fatores típicos de nossa sociedade e de nosso tempo, a saber: a velocidade, o barulho e a agitação. Segundo seus ensinamentos “cada um de nós precisa de um lugar para onde ir, um lugar que nos envolva em silêncio e calma” (p. 41).

Por fim, o tema do silêncio é retomado muitas vezes, através dos capítulos, pois é condição indispensável para a experiência espiritual, mas é importante se dar conta que o silêncio não é apenas não falar ou se refugiar longe dos outros. O verdadeiro silêncio, denominado contemplativo, nasce da abertura sincera à Deus, que é capaz de transformar e fazer com que o orante passe de uma vida de rituais vazios à experiência de serviço ao próximo, doando-se e restaurando o mundo por amor.

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Leonardo Henrique Agostinho, MSC. Religioso da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração e estudante de Teologia na PUC/SP.



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