Caderno de espiritualidade - Vencer o cansaço e reencontrar o prazer de viver

Por: Anselm Grün

 

Hoje todos falam em burnout; acompanho muitas pessoas que dizem sofrer de burnout. Porém, a maior parte delas usa essa palavra para designar uma experiência diferente; isto é, o fato de estarem cansadas. Às vezes, “estar cansado” também faz parte do burnout. Mas, na maioria das vezes, é apenas um sentimento básico que as pessoas têm; não estão doentes, mas apenas cansadas. Sentem que já não vale a pena continuar lutando; sua alma está cansada, elas já não têm motivação. O entusiasmo com que lutaram pelo seu projeto, pelo seu sonho ou até mesmo por outras pessoas se esgotou; elas sofrem de fadiga crônica e de apatia interior.

O cansaço nos obriga a ser humildes, a reconhecer os nossos limites. Muitas vezes temos a sensação de que não é mais possível continuarmos assim; não temos mais forças. E assim, a fadiga nos abre para os aspectos mais profundos de nossa vida, mas também pode nos levar à resignação. O modo como percebemos e entendemos o cansaço e lidamos com ele cabe a nós.

O primeiro passo é reconhecer que nós nos cansamos e que ainda estamos cansados. O segundo passo é olhar para o cansaço e encará-lo para ver o que ele está tentando nos dizer. O terceiro passo exige que reajamos: ou nos deitamos para dormir, para descansarmos, ou tentamos descobrir as razões mais profundas do nosso cansaço. Tomamos consciência do que nos cansou e por que nos cansamos.

Desejo e espero que também você, caro leitor, encontre neste livro sugestões para a sua situação na vida, para o seu cansaço. Que elas o ajudem de uma forma muito concreta. Gostaria de lhe fazer algumas perguntas importantes e, se quiser, aqui você encontrará muito espaço para respondê-las para si mesmo. Gostaria também de lhe dar alguns impulsos que você possa levar consigo em seu caminho – você pode levá-los para o seu dia a dia ou usá-los como ponto de partida para falar sobre eles com outra pessoa. 

E, por fim, ficaria muito feliz se as minhas sugestões e perguntas o levassem a refletir um pouco mais e a encontrar suas próprias soluções e respostas perfeitamente adaptadas à sua vida. Se quiser, também pode anotá-las aqui. Assim, o livro talvez se torne um companheiro importante, que você poderá consultar sempre que precisar e que poderá completar e continuar a escrever até se tornar um livro pessoal.

 

 

Autor reconhecido no mundo inteiro por seus inúmeros livros publicados em mais de 28 línguas, o monge beneditino Anselm Grün, da Abadia de Münsterschwarzach (Alemanha), une a capacidade ímpar de falar de coisas profundas com simplicidade e expressar com palavras aquilo que as pessoas experimentam em seu coração. Procurado como palestrante e conselheiro na Alemanha e no estrangeiro, tornou-se ícone da espiritualidade e mestre do autoconhecimento em nossos dias. Tem dezenas de obras publicadas no Brasil.