“Temos muito a comemorar e nos orgulhar por dedicarmos nossa criatividade e energia na produção, promoção e comercialização de livros”, Teobaldo Heidemann

Hoje acordei com uma inquietação: o que temos para comemorar neste 23 de abrilDia Mundial do Livro – em meio aos desafios que o setor editorial e livreiro se encontra?

Lembrei-me que de uma máxima de gestão que, diante de qualquer situação, é necessário ampliar e aprofundar nossa perspectiva de análise. Com isso, voltei a Gutenberg, no século XV, que, ao inventar a prensa e, consequentemente, as técnicas de impressão, revolucionou a escrita e a leitura.

E o livro, desde que surgiu, já resistiu e superou inúmeras crises, pandemias e guerras. Foi através dele que nestes momentos, a humanidade encontrou conforto, inspiração e conhecimento para pensar novos caminhos.

Então, temos muito a comemorar e nos orgulhar por dedicarmos nossa criatividade e energia na produção, promoção e comercialização de livros.

É inegável que a pandemia provocou uma disruptura no equilíbrio na cadeia do livro. Do dia para noite, os pequenos empreendedores, maioria neste segmento, viram seus negócios ruírem e a centralização se aprofundar.

Voltemos aqui ao exercício de ampliar e profundar o olhar. O desafio após a luta pela sobrevivência será colocar toda nossa energia e criatividade na criação de um novo modelo, garantindo equilíbrio e oportunidades para empreendedores de todos os tamanhos e nichos.

Só conseguiremos aumentar a leitura e quantidade de livros lidos, se engajarmos autores, editores, divulgadores e vendedores, criando real valor para o leitor, superando definitivamente a estratégia de vender apenas preço e logística.

O que nós oferecemos ao leitor é uma experiência. Sentar-se sob o sol, com uma xícara de café e um livro que fale sobre a redescoberta da vida. Degustar uma taça de vinho e um livro que jogue luz à filosofia da nossa sociedade. Passar horas de estudo com grandes autores que nos façam mergulhar em diversos temas dos quais são exímios apresentadores.

Nesta e nas demais casas editoriais, o que fazemos é proporcionar oportunidades de crescimento, evolução, acessibilidade, conhecimento, instrução e enriquecimento. Afinal, ninguém é mais rico que aquele que lê um bom livro.

Teobaldo Heidemann
Coordenador Nacional de Vendas
Livreiro há mais de 30 anos


Deixo também nossa homenagem e gratidão aos três grandes autores: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, que morreram nesta data, por isso, escolhida em 1995 como Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor.