Autista… e agora?

Por: Angela Cristina Munhoz Maluf

Autista...e agora?

Este livro aborda o Autismo (TEA), com base em evidências científicas, estudos  e experiências. Voltado para pais, educadores e profissionais que atuam na  área da educação e da saúde.

Sua finalidade é promover uma evolução  da sociedade, estimular um olhar sensível  e articulado para  as pessoas  autistas. Implica a exclusão  de atitudes discriminatórias  e a promoção de uma inclusão responsável, que valoriza e aceita as diferenças.

Conheça  um pouco sobre o Autismo….

A palavra AUTISMO vem do grego autos, que significa “si mesmo”, traduzindo uma condição do ser humano. Assim, o AUTISMO é um estado em que o indivíduo vive para si mesmo.

 O AUTISMO ou, conforme o nome técnico oficial, TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) é considerado por estudiosos um conjunto de perturbações ou alterações neurológicas, que apresentam um vasto leque de manifestações. É caracterizado por dificuldades na interação social, na comunicação, no comportamento, nos interesses e nas atividades.

No século XIX, era considerado uma patologia mental, ou seja, uma deficiência da inteligência, e estudos sobre o tema são realizados por pesquisadores e médicos de todo o mundo há mais de cem anos.

Podemos definir autistas como  seres humanos, iguais a todos os outros. Alguns indivíduos têm dificuldade para aprender a ler, outros para andar, outros para entender matemática, outros para falar, e por aí vai… Quem não tem alguma dificuldade?

O AUTISMO ou, conforme o nome técnico oficial, TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) é considerado por estudiosos um conjunto de perturbações ou alterações neurológicas, que apresentam um vasto leque de manifestações. É caracterizado por dificuldades na interação social, na comunicação, no comportamento, nos interesses e nas atividades.

A terminologia “TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)” foi solidificada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) (APA, 2014). De acordo com esse manual, o uso dessa expressão é devido a essa condição envolver situações e apresentações muito diferentes umas das outras, em uma gradação que vai da mais leve à mais grave.

O TEA é caracterizado pela presença de “déficits persistentes” e engloba diferentes quadros, marcados por perturbações do desenvolvimento neurológico com particularidades fundamentais, que podem se manifestar em conjunto ou isoladamente. As perturbações do desenvolvimento neurológico são:

• Dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem;

• Dificuldade no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos;

• Dificuldade de socialização;

• Padrão de comportamento restritivo e repetitivo;

• Interesses focalizados muito específicos, podendo haver também demodulação sensorial (grande sensibilidade a cheiros, sons, luzes, texturas e sabores).

Por essa razão, a expressão “transtorno do espectro autista” tem sido mais empregada atualmente para mencionar crianças e jovens com perturbações do espectro do autismo (PEAs), além de ser possível encontrá-la em livros, artigos, entre outros.

A gravidade dos sintomas é variável e depende do grau de funcionalidade, que mostra o comprometimento das perturbações ou alterações neurológicas, havendo a necessidade, dependendo do grau de comprometimento, de suporte para a realização das atividades do dia a dia. E isso varia de indivíduo para indivíduo, pois cada um tem uma maneira diferente de ver o mundo e aprender.

O indivíduo com AUTISMO não traz sinais de sua condição na aparência, o que dá a impressão de não apresentar nenhum tipo de necessidade, gerando desconfiança nas pessoas que o cercam. Pode ser julgado como mal-educado, indisciplinado, entre outros adjetivos pejorativos.

Mas as implicações do AUTISMO podem ser notadas na independência, no aprendizado, no comportamento em geral e na funcionalidade (que permite ao indivíduo a execução de habilidades em seu cotidiano).

É muito comum que o diagnóstico de AUTISMO na família repercuta no dia a dia, no que tange às alterações de hábitos e de trabalho. Diante de muitas barreiras, a vida das famílias de indivíduos com AUTISMO/TEA divide-se entre ocasiões tristes e felizes.

A atitude da família de um educando com AUTISMO/TEA, é notada como um impedimento no processo de inclusão escolar, principalmente por não reconhecer as capacidades do filho. A família vê-se de frente com o desafio de organizar seus propósitos, hábitos e expectativas para poder dar ao filho um futuro adequado a suas limitações e necessidades.

A educação do nosso país não está preparada para uma inclusão em que os potenciais do indivíduo autista sejam trabalhados de forma integral. Os pais, com frequência, sentem-se abandonados e acabam não disponibilizando tempo e atenção necessária ao filho, pois não aceitam a condição dele e muitas vezes se veem sem nenhum tipo de orientação, o que só piora o quadro do seu filho autista.

Ao longo de sua existência, a pessoa com AUTISMO vai precisar de diagnóstico, tratamento multidisciplinar, escolarização, trabalho/ocupação e, em alguns casos, moradias assistidas. Em cada momento, a cada fase da vida, saberemos qual a melhor escola, qual a melhor terapia, qual o melhor esporte e quais as atividades mais adequadas para o indivíduo autista.

Vamos dar para esse indivíduo o que já é dele por direito: educação e oportunidades! Vale lembrar que a troca de informações entre os pais e profissionais pode ser rica e ajudar muito a construir conhecimentos – “um aprendendo com o outro, e juntos encontrando caminhos”. E nenhum caminho será longo se todos conhecerem, apoiarem e auxiliarem o indivíduo com AUTISMO.

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Angela Cristina Munhoz Maluf é escritora, palestrante, mestra em Ciências da Educação, pedagoga e educadora física. Membro do Conselho Federal de Educadores e Pedagogos, docente de graduação e pós-graduação, especializada nas áreas de Educação Infantil, Educação Especial, Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Saúde Mental e Educação de Jovens e Adultos.