Espiritualidade para tempos hostis, por L<em>eonardo Henrique Agostinho, MSC</em>
Anselm Grün e Ansgar Stüfe se unem para escrever algumas palavras de consolação, para momentos desoladores. As reflexões partem de suas experiências, acumuladas e vividas ao longo dos anos, e de passagens bíblicas; para escrevê-las eles se perguntaram: “O que queremos ouvir em situações desconsoladoras e o que podemos dizer a outras pessoas”. Deste modo, o livro Espiritualidade para tempos hostis apresenta-se não como uma compilação de conselhos, mas como um companheiro, que acolhe e consola. Sobre os autores, Grün é mundialmente conhecido pelos seus livros na área de espiritualidade, já Stüfe atuou como médico missionário, ambos pertencem à Ordem de São Bento, portanto, monges. Assim, buscam oferecer consolo aos leitores, a partir de suas experiências e vivências, que brotaram no solo fértil da vida monástica.
Dezoito situações difíceis e desafiadoras são apresentadas na obra, mas os autores convidam os leitores a contemplar dezoito reflexões consoladoras para cada uma das dificuldades. Recorrem a trechos da Bíblia, a histórias dos padres do deserto e de fatos que eles mesmos vivenciaram em suas histórias e trajetórias, para ajudar as pessoas que se dispõem a ler o livro. Através dos capítulos, que metaforicamente tem o efeito de erva medicinal, por isso o subtítulo “Uma pequena farmácia da consolação”, os que leem são levados à reflexão e convidados a experimentar a consolação que vem de Deus, já que as páginas deste livro se embasam na tradição espiritual.
Os autores convidam os leitores a perceberem o que as situações difíceis querem dizer e ensinar, bem como compreender que com elas algo de novo quer nascer. Assim, autoconhecimento é uma das ferramentas oferecidas pela obra, bem como entender que é preciso parar de vez em quando, para cuidar de si, percebendo que nem tudo é produção e lucro, como as estruturas de sociedade pregam. Conduz, ainda, ao entendimento de que na diversidade dos dons e carismas cada pessoa apresenta suas qualidades e é importante, assim, valorizar-se-á e dará o devido valor ao próximo, descentralizando-se.
Por fim, com este livro, o leitor terá a sensação de ser olhado, acolhido e entendido em suas situações de dificuldade; também terá a impressão de que alguém o escuta e que se importa com ele. Será conduzido à compreensão de que seu valor não depende de fatores externos, mas simplesmente de sua existência neste mundo. Este livro contribui para a consolação individual, mas também com as relações interpessoais, visto que faz um convite à construir pontes e não muros.
Leonardo Henrique Agostinho, MSC
Religioso da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração,
formado em Filosofia e estudante de Teologia, na PUC-SP
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