Imagens do Inconsciente
Com 271 Ilustrações, “Imagens do Inconsciente” é o resultado de uma longa experiência vivida em um hospital psiquiátrico. Nise da Silveira, através de observação do exercício livre de atividades diversas numa seção de terapêutica ocupacional, chegou empiricamente à confirmação do conceito minoritário de que o mundo interno do esquizofrênico encerra insuspeitas riquezas e as conserva mesmo depois de muitos anos de doença. As atividades da pintura e da modelagem, principalmente, tornavam menos difícil o acesso aos conteúdos do inconsciente, permitindo que o processo psicótico, por assim dizer, se tornasse visível no seu desdobramento.
Nova edição da obra foi lançada no começo de julho
A primeira edição dessa obra foi lançada pela Editora Vozes em 2015, em parceria com a Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente, que fica no Rio de Janeiro.
Essa nova edição vem com capa dura e imagens em alta resolução, engrandecendo ainda mais a obra e seu conteúdo.
Alguns integrantes do Museu de Imagens do Inconsciente vieram até a sede da Editora Vozes, em Petrópolis, para acompanhar de perto a impressão dessa nova edição.
Conversamos com eles para saber como foi essa experiência e conhecer um pouco mais sobre o Museu.
Confira abaixo!
– Qual a importância da reimpressão do livro “Imagens do Inconsciente” para o Museu?
-Este livro é centrado no estudo e pesquisa das imagens surgidas nos ateliers terapêuticos do Museu de Imagens do Inconsciente. Tem como objetivo a compreensão do processo psicótico e a psique como um todo. Esta reimpressão une a qualidade do papel, a diagramação e a fotografia de todas as imagens a cores, resultando num trabalho exemplar.
– A Editora Vozes publicou o livro pela primeira vez em agosto de 2015. Qual a expectativa de vocês com a reimpressão da obra?
-A reimpressão do livro é de fundamental importância, pois se trata de uma obra que sintetiza as principais pesquisas desenvolvidas por Nise da Silveira ao longo de seu trabalho.
– O que sentiram ao ver, ao vivo, o livro sendo impresso? Era como vocês imaginavam?
-Sim, o resultado correspondeu plenamente ao que almejamos graças à parceria entre a Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente e a Editora Vozes.
– Quantas pessoas trabalham atualmente no Museu?
-Atualmente a equipe do Museu conta com um número reduzido de funcionários, estamos lutando para ampliação para fazer frente às múltiplas atividades desenvolvidas pelo trabalho.
– Como é o trabalho para manter o acervo de obras em boas condições e em segurança?
-Ao longo dos anos a SAMII vem desenvolvendo projetos para garantir as condições necessárias para a preservação de seu acervo estimado em 400.000 obras.
– O Museu está funcionando atualmente? Se sim, quais são os dias e horários de funcionamento? A entrada é gratuita?
-Sim, o Museu continua a funcionar na área de tratamento, pesquisa e divulgação, museologia e visitação. Funciona de segunda a sexta-feira, de 9h às 16h e a entrada é sim gratuita.
Sobre o Museu de Imagens do Inconsciente
Por não aceitar as formas de tratamentos psiquiátricos em uso na época, como o eletrochoque, a lobotomia, o coma insulínico, a psiquiatra Nise da Silveira criou em 1946, no Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro, a Seção de Terapêutica Ocupacional. Dentre as diferentes atividades, pintura e modelagem se destacaram como um meio de acesso ao mundo interno dos pacientes. A produção desses ateliês foi tão abundante que em 1952 nasceu o Museu de Imagens do Inconsciente.
O Museu é um centro vivo de estudo e pesquisa sobre as imagens e tem caráter marcadamente interdisciplinar, o que permite troca constante entre experiência clínica, conhecimentos teóricos de psicologia e psiquiatria, antropologia cultural, história, arte, educação. O Museu não é uma instituição voltada para o passado: em seus ateliês os frequentadores criam diariamente novos documentos plásticos e compartilham suas experiências no convívio com funcionários, animais, estudantes, pesquisadores e visitantes. Este trabalho possibilitou o surgimento de artistas que logo foram reconhecidos no mundo das artes. Com isso seu acervo não cessa de crescer e se atualizar.
Com um acervo de mais de 350 mil obras, o Museu tem a maior e mais diferenciada coleção do gênero no mundo. As principais obras são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Guarda também a biblioteca e o arquivo pessoal de sua fundadora, Nise da Silveira, detentor do Registro Mundial no Programa Memória do Mundo da UNESCO.
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