A quarentena em uma nuvem, por Solimar Silva
No artigo anterior, reuni as respostas de professores e gestores acerca dos aprendizados das escolas durante essa quarentena. Você pode ler o texto AQUI (inclusive com agradecimentos aos professores e escolas participantes).
Para esta semana, quero propor que a gente continue o diálogo revisitando as respostas desses educadores por meio de uma nuvem de palavras gerada online.
Se você já está familiarizado com as nuvens de palavras, sabe que o tamanho delas é proporcional à recorrência da palavra em um texto. Assim, quanto mais a palavra apareceu no texto do professor, maior ele está na nuvem de palavras.
Cabe destacar uma coisinha importante: essa nuvem de palavras foi formada com as respostas referentes a quais desafios esses professores haviam enfrentado até então, com a pandemia, fechamento das escolas e migração repentina para o ensino remoto, especialmente na Educação Básica. Quero te convidar a responder também que desafios você enfrentou – e ainda está enfrentando. Será que se identifica com a nuvem?
Uma olhadela rápida, mesmo de soslaio, aí para a nuvem já aparece no centro, bastante chamativa, a palavra tecnologia. Não se deixe enganar, do mesmo tamanho dela, da tecnologia, vemos a palavra aprender. Ou seja, os professores relataram o quanto foi desafiador aprender a lidar com tecnologias variadas em um curto espaço de tempo.
Para quê?
Para conseguirem utilizar recursos digitais variados, para fazerem sua aula online acontecer. E, para isso, muitos que viam o celular como grande vilão na sala de aula presencial, perceberam que ele é grande aliado dessas aulas online que passaram a fazer parte da rotina de lares de professores e alunos.
Afinal, de repente, o novo, assustador, foi tomando conta até se tornar não tão novo assim – mas nem por isso menos desafiador.
Para isso, todos os professores disseram que tiveram que planejar (novamente), adaptar tudo – horário, cronogramas, formas de ensinar, rotinas, prazo, avaliação (que precisa cada vez mais se tornar Avaliações mais criativas!).
Tiveram que se reinventar em um prazo curto, apesar te tantos problemas que enfrentaram – perdas financeiras e de entes queridos, famílias que “enlouqueceram”, emocional abalado de alguns alunos, a falta de contato físico, olho no olho, às vezes até pensando mesmo que dar aula online é chato, talvez por não dominar essa forma ainda, rotina mais cansativa. Ou tudo isso aí que a gente está vendo na nuvem ser extenuante. Trabalho árduo.
Mas, veja só que interessante. Ali quase que escondidos. Nem maiores, nem menores. De tamanho médio – os dois na mesma proporção, aparecem: professor e aluno. E na nuvem, meio que coincidentemente, meio que divino, o professor embaixo, como se estivesse mesmo servindo de suporte para o aluno. E, do lado deles, a palavra ajudam. Porque só mesmo com essa ajuda mútua o trabalho na quarentena está fluindo.
E, apesar de ser por meio de uma tela, temos buscado conversar e ouvir com mais profundidade. E compartilhar todo o receio que esse momento incerto nos traz. Porque, por mais clichê possa parecer, a empatia e solidariedade têm alimentado nossa alma.
Um salve aos protagonistas reais. Parabéns, alunos e professores que se ajudam, porque o amor é a tecnologia mais avançada que pode existir. E ponto.
Ei! Mande para mim uma experiência de ajuda mútua nessa quarentena – pode ser de aluno-professor, professor-aluno ou mesmo entre professores ou entre os alunos em uma turma. Vou adorar saber!
Solimar Silva – é doutora em Linguística Aplicada e professora há quase 25 anos. Autora de diversos livres, entre eles: 50 Atitudes do Professor de Sucesso, Avaliações mais criativas e Oficina de escrita criativa – escrevendo na sala de aula e publicando na web.
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